Pesquisa de análises da obra Deuses de um novo mundo- José Clemente Orozco (SUBPROGRAMA 2015-2017)
Vídeo complementar:
Nesse mural "Gods of the Modern World", o cadáver no centro é
o saber.
“Olhe os fetos nascendo mortos, com chapéu de formandos, saindo de dentro de um saber já morto há muito tempo. E os doutores do mundo moderno, lá atrás, mortos-vivos.”
“Olhe os fetos nascendo mortos, com chapéu de formandos, saindo de dentro de um saber já morto há muito tempo. E os doutores do mundo moderno, lá atrás, mortos-vivos.”
Jose Clemente Orozco (1883-1949). Pintor
mexicano que, ao lado de Rivera e Siqueiros, participou do Muralismo mexicano. Dedicou-se também à aquarela, ao desenho e à
caricatura, que fazia mais como forma de sustento do que como arte.Destacou-se
principalmente na pintura mural, mas também se dedicou à pintura de cavalete, à
aquarela, ao desenho e à caricatura, que fazia mais como forma de sustento do
que como arte. A temática central da sua obra é a revolução, a luta do povo
para atingir os seus ideais e uma nova sociedade. Em Deuses do mundo moderno,
dentro da técnica expressionista, o artista enfatiza a simbologia da morte: os
fetos nascendo mortos, com chapéu de formandos, saindo de dentro de um saber já
morto há muito tempo. E os doutores do mundo moderno, lá atrás, mortos-vivos.
No México, longe de ser uma veneração pura e simples aos mortos ou a morte, o
que o povo festeja em essência, é o orgulho de sua identidade cultural, o valor
e a memória dos seus antepassados, cuidadosamente ensinados e repassados ao
longo das gerações.
A temática central da sua obra é a revolução, a
luta do povo para atingir os seus ideais e uma nova sociedade. A representação
formal da obra reflete uma mistura de influências estéticas que vão do realismo
ao expressionismo e passam pela arte renascentista italiana dos séculos XV e
XVI.
O que a matriz diz sobre
essa obra?
A complexidade dessa relação
entre estética, ética e política pode também ser percebida em obras de arte
como Deuses de um mundo moderno, de José
Clemente Orozco, painel Guerra e Paz, de Cândido Portinari, Guernica, de
PabIo Picasso, e Quem matou Herzog, de Cildo Meirelles, assim como na
performance Rhythm 05, de Marina Abramovic e na adaptação d’O manifesto
comunista em cordel, obra de Antonio Queiroz França.
Por meio de imagens, é
possível provocar uma sensibilização, a exemplo do programa educacional Êxodos:
Programa Educacional – Leituras, narrativas e novas formas de solidariedade no
mundo contemporâneo, do fotógrafo Sebastião Salgado, da obra Norte ao Sul, de
Torres García e do curta-metragem Man, de Steve Cutts. Outras obras podem contribuir
para essas reflexões, como o painel Guerra e Paz, de Cândido Portinari; Deuses de um mundo moderno, de José
Clemente Orozco;
O capitalismo, suas bases de
formação e suas influências nos conflitos mundiais são o palco, muitas vezes,
de desenvolvimentos científicos importantes e avanços no conhecimento do
microcosmos, em especial dos conceitos fundamentais da Física Quântica e do
Eletromagnetismo, que geraram condições para uma nova perspectiva de espaço
geográfico a partir do uso de um poder bélico, sendo esta abordagem do espaço
geográfico 19 bem representada na obra audiovisual Encontro com Milton Santos,
de Sílvio Tendler. Em Deuses de um mundo
moderno, de José Clemente, é possível identificar a forte influência do
pensamento científico na formação cultural do homem contemporâneo.
Deuses
de um mundo moderno, de José Clemente Orozco, é um exemplo de
obra que permite a discussão crítica sobre as relações de poder.
O século XX foi palco de
revoluções e guerras que reconfiguraram o cenário mundial. Reflexões diversas
sobre esses processos podem ser motivadas com as obras A noiva do vento, de
Oskar Kokoshka, Guerra e Paz, de Cândido Portinari, Guernica, de Pablo Picasso,
e Deuses de um mundo moderno, de José
Clemente Orozco. O espaço geográfico existe como um dado inseparável da
vida global. Os contextos locais tornaram-se relevantes para compreender a
produção, o comércio, a cultura e a política mundial. É importante analisar
como se processa a inserção do Brasil no mundo e a influência do mundo no Brasil.
No século XIX, o positivismo
postulava que os dados seriam apenas os fatos observáveis, certos, positivos.
Dessa forma, os dados sensíveis, empíricos, com existência independente do
sujeito, do observador, do pesquisador, constituiriam a fonte única de
conhecimento e critério de verdade. Entretanto, o pensamento científico no
século XX lança incertezas acerca da realidade, assim como alguns movimentos
artísticos nesse mesmo período. A obra de Nietzsche, O crepúsculo dos ídolos,
pode ser interpretada 35 como uma certa crítica ao positivismo. A obra Deuses de um mundo moderno, de José
Clemente Orozco, também representa essas questões.
Bibliografia:
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