Pesquisa de análises da obra A noiva do vento, de Oskar Kokoschka (SUBPROGRAMA 2015-2017)


A imagem é composta por cores frias que remetem ao sentimento retratado, por linhas descontínuas, quebradas, e por distorções. Expressionismo figurativo. 

A obra fala de um tema que remete a um dos medos da humanidade. Ao falarmos de noiva nos vêm à cabeça uma ideia de casamento, união, desejo, amor. E se contrapondo a essa ideia, a palavra vento da uma sensação de solidão, que seria a entrega da mulher àquela solidão que será como uma companheira, independente das circunstancias, dos ventos que soprem. 

Ao pintar a obra, o artista queria expor seus sentimentos de perda de um grande amor. A dor que sentia na alma e a aproximação com a solidão. 
Devido às distorções da imagem, a obra nos transmite certo tormento, um sentimento de agonia e ao retratar um paradoxo como uma noiva do vento, onde o noivo é a personificação do vento, da solidão.

A tela possui um homem retratado de lado, ao canto da pintura, os outros elementos são como uma retratação de seu subconsciente.
O tema da obra é a essência e a aparência, nem tudo é o que parece ser, ou seja, uma mesma coisa pode assumir diferentes formas, tudo depende do ponto inicial da observação. A forma é relativizada pelo observador.
 
O autoconhecimento é abordado, pois o homem em diversas vezes tem uma concepção sobre quem é, porém reflete aos outros uma imagem completamente diferente, ele não é quem de fato acredita ser.
Os artistas do período da obra, surrealistas, trabalham muito com o subconsciente, com o sonho que tem alguma representação no mundo físico e que inicialmente pode parecer não possuir sentido, por este motivo pode-se perceber certa influência freudiana nas obras.

A tela possui um homem retratado de lado, ao canto da pintura, os outros elementos são como uma retratação de seu subconsciente.

Feito pelo pintor expressionista austríaco Oskar Kokoschkaeu , A Noiva do Vento, um de seus quadros mais famosos, retrata o amor que vivieu com essa bela e instigante mulher, viúva do compositor Gustav Mahler e mais tarde mulher do arquiteto da Bauhaus, Walter Gropius. Alma abandonou Kokoschka por não suportar a intensidade da paixão que ele nutria por ela. Alma é apresentada como a “noiva” que dorme serena, tranquila e centrada em si mesma. Oskar está desperto, ansioso, parecendo decompor-se e desintegrar-se na turbulência de cores e pinceladas.

A noiva do vento, 1914 – Oskar Kokoschka Em 1911, apaixonou-se por Alma Mahler, viúva do compositor austríaco Gustav Mahler. Noiva do vento, a seu modo desenfreado e sonhador, comemora com sofisticada percepção psicológica as turbulências e inseguranças emocionais daquele relacionamento: Alma, a “noiva”, dorme complacente enquanto Kokoschka, desintegrando-se num espaço interior criado pelas pinceladas retorcidas e pelas faixas sinuosas de cor, agoniza solitário e silencioso.
Sobre Kokoschka A obra de Kokoschka caracterizou-se pelo confronto entre tendências realistas e diversas correntes artísticas que o influenciaram. Iniciou sua carreira como expressionista com a peça O Assassino, Esperança das Mulheres (1910) e o quadro A Noiva do Vento (1914), fascinado por paixões humanas. Depois do sucesso escandaloso, as experiências da Primeira Guerra Mundial e o fracassado relacionamento com Alma Mahler, em 1919 começou a dar aulas na Academia de Arte de Dresden. Nesse período, pintou diversas vistas da cidade, afastando-se do estilo anterior. Com obras como Porto de Marselha (1925) e Chamonix e o Monte Branco (1927), evidenciou uma técnica cromática ainda mais impressionista. Durante uma retrospectiva em Munique, em 1937, os nazistas confiscaram sua obra na Alemanha, classificando-a como degenerada. Foi para Praga em 1934, mudou-se para Moscou em 1938, instalando-se finalmente em Londres. Obteve a cidadania britânica em 1947 e passou o resto da vida na Suíça.

Kokoschka tinha uma relação muito forte com a tradição artística, principalmente a dita “tradição clássica” (Grécia, Roma e Itália renascentista), tendo visitado e admirado Veneza e as ruínas gregas: “Veronese, Ticiano – que cores, quanta liberdade! Sem falar em Tintoretto! Foi emocionante, foi aí que eu vi como deveria pintar”. Sua classificação tradicional como “artista moderno” (e principalmente, de vanguarda), rui após confrontarmos definições mais sistêmicas (de Léger ou de Malevitch), com os textos de seu diário e de seu extenso epistolário. Com isso, apreendemos um dos problemas das classificações na história da arte: as obras tendem a escapar destas abordagens tecnicizantes. Sua dimensão poética é mais extensa. Contudo, cabe ainda problematizarmos uma possível vertente expressionista na poética de Kokoschka.

O início do século XX, a produção artística européia era permeada por respostas das vanguardas à arte dita “impressionista”. O termo “expressionista” se coloca no pólo oposto ao dos pintores franceses: movimento de “dentro para fora” em oposição a uma pintura interessada em captar os efeitos primeiros dos objetos para com os sujeitos (pintura meramente retiniana, como diria Marcel Duchamp). Comum às duas construções teóricas, a presença da metafísica: a clássica oposição entre dentro e fora, sujeito e objeto, carne e alma. Paul Fechter, historiador da arte alemão, publica em 1914 Der Expressionismus, importante texto para a consolidação de uma fortuna crítica vigente até a contemporaneidade. Mesmo não debatendo claramente os aspectos filosóficos de “expressão”, ele recorta claramente a origem dos artistas que fariam parte desta vanguarda: a Alemanha. Estes fariam oposição a toda produção meramente imitativa anterior, inclusive a dos impressionistas franceses.

A noiva do vento- Melhor título não haveria, já que esta pintura consegue reunir uma contradição. Ao mesmo tempo em que as figuras encontram-se envoltas num redemoinho de cores e pinceladas, dialogando com os nervos dos desenhos de “Assassino, a esperança das mulheres”, os retratos de Kokoschka e Alma, como em poucas vezes veremos, estão em aparente tranqüilidade. Ela dorme, repousada sobre seu ombro; ele está de olhos abertos, pensativo e vigilante. Porém, mesmo com essa aparente tranqüilidade, ele tem as mãos cerradas. Sua linguagem corporal denota um foco em si mesmo. Seu corpo é tenso.

O que a matriz diz sobre essa obra?

As vanguardas europeias do século XX e suas expressões latino-americanas ampliam esse debate ao incorporar aspectos históricos e geográficos em suas produções como, por exemplo na obra A noiva do vento, de Oscar Kokoschka.
Nas obras visuais, A noiva do vento, de Oskar Kokoshka, Improvisação nº 23, de Kandinsky, a instalação Tropicália, de Hélio Oiticica, a arquitetura do Beijódromo, de José Filgueiras “Lelé”, o Mural da Igrejinha, de Francisco Galeno e a performance Rhythm 05, de Marina Abramovic, há diversas possibilidades para perceber e refletir sobre transformações estéticas. Esse ecletismo artístico, que foi um elemento central do Tropicalismo, iniciou um movimento que abraçou vários gêneros musicais, dialogando com a poesia concreta e retratando a diversidade e os contrastes da cultura brasileira. Portanto, espera-se que a partir da identificação de linguagens e tradução de sua plurissignificação, associada a outras habilidades, seja possível julgar a pertinência de opções técnicas, sociais, éticas e políticas na tomada de decisões, a fim de organizar estratégias de ação e selecionar métodos adequados para análise e resolução de problemas.
A diversidade textual que a sociedade produz relaciona-se com construções dinâmicas, funcionais e processuais. Na literatura, há autores que rompem com a tradição e a padronização temática e inovam, como ilustram os poemas Poética, de Manuel Bandeira, e Psicologia de um vencido, de Augusto dos Anjos, e, ainda, O manifesto comunista em cordel, de Antônio Queiroz de França. Nas Artes Visuais, tais questões encontram-se nas obras já citadas, assim como em A noiva do vento, de Oscar Kokoschka, e Formas únicas em movimento, de Umberto Boccioni.

Os avanços tecnológicos têm propiciado novas descobertas acerca do Universo, através de uma abordagem histórico-científica da força gravitacional e sua comparação com outras forças fundamentais da natureza, das Leis de Kepler e de noções de Astronomia. Para ilustrar, é interessante observar obras que nos levem a estudar o equilíbrio, o movimento e as interações desse tipo. Tais discussões e interpretações podem ser melhor visualizadas a partir das obras Formas únicas em movimento, de Umberto Boccione, A noiva do vento, de Oscar Kokoschka, e Tropicália, de Hélio Oiticica.

As existências humanas, em suas interações humanas e não humanas, inseridas na multiplicidade dos lugares possíveis, podem se constituir em tema relevante para as reflexões sobre o conceito de subjetividade contemporânea tendo como fio condutor a noção de cenários contemporâneos, como exemplificam a obra A noiva do vento, de Oskcar Kokoshka.

No contexto desse processo, o conhecimento matemático adaptou-se às necessidades surgidas na evolução tecnológica. Assim, a criação dos números complexos se impôs pela necessidade de resolver problemas concretos. A existência de uma unidade imaginária rompe limites impostos ao conhecimento e abre horizontes em certo momento da história humana. Desenvolveu-se toda uma geometria do plano complexo, traduzindo as operações, as quais permitem fazer transformações de translação, de rotação e de contração ou expansão no plano. Transformações como essas podem ser observadas na obra A noiva do vento, de Oskar Kokoshka.

O século XX foi palco de revoluções e guerras que reconfiguraram o cenário mundial. Reflexões diversas sobre esses processos podem ser motivadas com as obras A noiva do vento, de Oskar Kokoshka, Guerra e Paz, de Cândido Portinari, Guernica, de Pablo Picasso, e Deuses de um mundo moderno, de José Clemente Orozco. O espaço geográfico existe como um dado inseparável da vida global. Os contextos locais tornaram-se relevantes para compreender a produção, o comércio, a cultura e a política mundial. É importante analisar como se processa a inserção do Brasil no mundo e a influência do mundo no Brasil.

O uso de múltiplos materiais nas artes visuais pode ser percebido a partir do contato com a obra A noiva do vento, de Oskar Kokoshka.

Bibliografia:
http://www.cespe.unb.br/pas/arquivos/Matriz%20de%20Refer%C3%AAncia%20PAS%203%C2%B0%20Etapa.pdf

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3 comentários

  1. Todas as análises são ótimas,estão me ajudando bastante

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  2. Obrigado pelo feedback, gostaríamos de poder fazer muito mais, porém a faculdade por outro lado também cobra da gente. Caso queira alguns materiais podemos disponibilizar, contate-nos pelo e-mail inspriresenasobras@gmail.com.
    Atencionsamente,
    Equipe do Inspire-se nas obras.

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  3. Parabéns pelas postagens estão ajudando bastante. Grata!

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